Alemães emigrados no século
passado da regiões do Reno e da Mosela para o Novo Mundo, trouxeram para nossa
cidade uma série de costumes exóticos que, no entanto, com o tempo se
adaptariam perfeitamente à família petropolitana.
A Páscoa – a feliz época da
Páscoa – sempre teve carinhosa comemoração em Petrópolis, tanto religiosa, como
profana.
Com muita antecedência, desde
os velhos tempos de Stroele, Vorster, Fleischer, Jacby, Monken e tanto outros os
mestre-escola faziam seus pequenos alunos recordar os cânticos pascais,
preparando-os para o dia do “OSTERHASE”.
“OSTERHASE” é segundo a
lenda, o famoso coelho que distribui pelas crianças da cidade, na madrugada do
dia da ressurreição, lindos ovos coloridos.
Já ao cair da tarde de
sábado de Aleluia, começava azáfama dos meninos, preocupados cada qual em fazer
num canto do terreno de sua casa, o ninho em que o coelho deveria colocar pela
madrugada, os almejados ovos.
Com folhagens e,
principalmente, com as flores roxas e amarelas da quaresma chamadas
“OSTERBLUMEN” (flores de páscoa) cada pequeno tratava de preparar, o melhor
possível, o esconderijo destinado a receber o presente do “Coelho Pascal”.
E mal a criançada ia dormir
os pais, mães e irmãos mais velhos se entregavam a tarefa de vasculhar os
galinheiros, apanhando os ovos e colorindo-os empregando nesse mister cascas de
cebola, anilinas e papéis de cor. Usava-se ainda em muitas casas, gravar nos
ovos figuras, iniciais de nomes, etc. por meio de alfinetes molhados no
vinagre.
Domingo de Páscoa, pela madrugada, os desvelos
paternos e maternos completavam a cena, colocando os ovos nos ninhos preparados
e espalhando ainda outros pelos recantos dos jardins e quintais.
Muito cedo, a criançada
acordava e punha-se a procurar os ovos em ruidosa correria, saudando assim, o
dia de Páscoa.
E na alegria das crianças
estava todo o encanto da doce e suave lenda do “OSTERHASE”!
Com o decorrer do tempo,
portem a criança, curiosa por natureza, desvendava o segredo do coelho e era
de ver-se, então, a decepção do “abelhudo”. Ficava desde logo, privado do
recebimento dos belos ovos coloridos e – suprema tortura – era obrigado, nas
comemorações seguintes, a auxiliar os pais nos preparativos.
Havia contudo os sabidos
que, mesmo conhecendo o “mistério”, fingiam ignora-lo para continuar a fazer
jus às vantagens dos crentes...
A propósito, recitava-se a
seguinte quadrinha pitoresca, assim traduzida do alemão:
Sei o que sei e bem
sei
Que a galinha é o
coelhinho
Mamãe é que pinta os
ovos,
Coloca-os papai no
ninho...
Durante mais de meio século,
o quadro do coelhinho distribuidor de ovos se repetiu no seio da quase
totalidade das famílias petropolitanas.
Recorda-se que houve tempo
em que um ministro alemão – o conde de Arco Valley, aqui falecido em 1909 –
realizava pela Páscoa, na legação imperial, grandes festas infantis. Era
escondidas, então no parque, centenas de “OSTENRELER” para serem descobertos
pela criançada dos colégios.
Mais
tarde, a tradição do “OSTERHASE”, teve sua consagração no Palácio Rio Negro,
quando as esposas de Epitácio Pessoa e de Arthur Bernardes, reunindo na
residência de verão presidencial, grupos de crianças pobres da cidade, fizeram
a distribuição de ovos de Páscoa pelos canteiros dos jardins, onde foram
catados pela meninada.
Palácio Rio Negro
Muuuitoligalll
ResponderExcluirIsso é bem verdade, tenho 58 anos e já na minha época de criança e sendo descendente de alemães(neta), aguardava ansiosamente essa data. Eu fazia o meu ninho com as flores que você citou e ficava um perfume delicioso; os ovos que eu mais gostava eram os de galinha que minha tia pintava. Adorei ler esse texto!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirVai se fuder, seu viadinho, seus pais te odeiam, essa história foi uma bosta, achei q seria realmente sinistro mas é horrível, sua opinião é idiota
ExcluirE pare de usar tênis de velcro, é ridículo
Excluir