Guilherme Auler
Quem nos
indica a data, que comemoramos hoje, é o Presidente da Província Aureliano de
Souza e Oliveira Coutinho. Lemos, no seu Relatório de 1° de Março de 1846, a
seguinte afirmação: foi em 29 de Junho do ano passado, dia de São Pedro,
padroeiro da futura paróquia petropolitana, que ali chegaram os primeiros
Colonos Alemães."
E,
os nomes pioneiros apareceram, num dos balancetes da construção do Palácio
Imperial, com a assinatura do Major Julio Frederico Koeler, a propósito de gratificações
distribuídas por Dom Pedro II. São eles, segundo alfabética de famílias:
Henrique,
Jacó e Sebastião,BRAHM;
Francisco
Xavier e Inácio, BUMB;
Frederico
DEIBERT;
Martim
DEISTER;
Felipe I,
Felipe II, Frederico, João e Valetim ERBES;
Antonio,
Henrique e João Esch;
Frederico
e Jacó HOENES;
Pedro
HUSCH;
Bernardo
HUTTER;
João,
José IDSTEIN;
Frederico
KUHN
Pedro
José KRATZ;
Guilherme
KLIPPEL;
João
LOOS;
Guilherme,
Henrique, João, Jacó e Jorge MONKEN;
Guilherme,
João, Jacó I, Jacó II, Pedro, Antonio e Nicolau NICOLAI;
Felipe e
Luis PETRI;
João e
Jorge de ROCHE;
Frederico
I, Frederico II, Valentim SCHEID;
Jorge
SCHARZ;
Guilherme
e Jacó SCHWEICKART;
Felipe
WAGNER;
Matias
WEIAND.
Esse
53 colonos, pertencentes a 26 famílias diversas, com suas mulheres e filhos,
totalizam certamente os 140 a que se refere o Major Koeler, no seu ofício de 30
de Junho de 1845.
Mas
a significação do dia 29 de Junho, início do povoamento da primitiva Fazenda do
Córrego seco, e portanto data da maior grandeza na história local, surge em
todos os depoimentos, em todas as fontes, em unânime concordância.
Declara-o
Dom Pedro II, ao referir-se à Casa Grande da Fazenda do Córrego Seco:
"Nesta casa moramos nós, em fim de 47 e princípio de 48, a primeira vez
que fomos a Petrópolis, depois de estabelecida a Povoação".
Afirma-o
o Mordomo Paulo Barbosa da Silva na sua carta de 5 de setembro de 1845,
dirigida ao imperador: "O que era, há quatro meses, matas virgens, é hoje
uma povoação branca, industriosa, alegre e bendizente de V.M.I.". Informa
o Major Julio Frederico Koeler, em oficio ao Vice-Presidente da Província, que
na chegada dos Colonos, "só havia terra, água e mato". E acrescenta:
um único edifício existia, a sua residência, aliás a Casa Grande da Fazenda.
Outros
depoimentos de maior valor, inteiramente insuspeitos encontramos nas palavras
de contemporâneos, como Tenente-Coronel Galdino da Silva Pimentel e o também
Tenente-Coronel Alexandre Manoel Albino de Carvalho ambos Diretores da Colônia.
O primeiro escreve, no seu Relatório de 1848: "E fora de Dúvida que este
povoado, que apenas conta quatro anos de existência...". Enquanto o
segundo, com a perspectiva de um decênio, no seu Relatório de 1854 comenta:
"Remontando à sua origem, observa-se que Petrópolis não existia há dez
anos, e que em seu lugar tão somente havia uma Fazenda, denominada Córrego
Seco, quase toda coberta de mato contando uma casa de vivenda e dois ou três
ranchos de tropeiros"...
Acha-se,
pois, situada a significação do 29 de Junho, pelo pensamento do Imperador, do
Mordormo, do próprio Koeler, e dos Diretores da Colônia. relembramos na data, o
começo do povoamento de Petrópolis com a chegada dos primeiros colonos. São
eles quem se espalham pelos Quarteirões e constroem, com o seu trabalho perseverante,
a cidade.
Ninguém
luta em benefício de prioridades, primazias. Rendemos, sim, homenagem à memória
dos pioneiros, que possuem a glória indiscutível o povoamento de Petrópolis.
Desmintam
se quiserem, as palavras do Imperador, do Mordomo, de Koeler e de outros
contemporâneos...
Tribuna
de Petrópolis, 29 de Junho de 1966
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