terça-feira, 19 de novembro de 2013

QUARTEIRÃO VILA IMPERIAL

Essa publicação é uma homenagem ao saudoso jornalista Álvaro Zanatta, que realizou um levantamento histórico e escreveu um livro com as histórias e as lendas das ruas de Petrópolis, “Histórias e Lendas das Ruas de Petrópolis”, que não foi publicado devido a sua morte logo após o término do livro.

O Quarteirão Vila Imperial propriamente dito não é tudo o que se popularizou chamar de Centro Histórico de Petrópolis, mas sim um hexágono quase perfeito, que nos desperta a atenção ao observarmos as plantas da cidade desde Koeler, em 1846. Formado pela primeira metade da Rua do Imperador, Rua da Imperatriz, Tiradentes, Avenida Koeler e Rua Dr. Nélson Sá Earp, que formava o “O” pequeno de caminhadas do imperador no século XIX e do presidente Vargas no século XX.
 Esse hexágono é chamado por “Villa” na planta de Koeler, e na de Reymarus de 1854 aparece um grande “I”, indicado na legenda também apenas por “Villa”. Na planta do major Taunay de 1861, encontra-se o mesmo “I” e na legenda “Cidade”. O termo Quarteirão Vila Imperial surge apenas no final do período Imperial, abolido com a República, mas surgindo em placas de esquina, com patrocínio do Touring Club do Brasil, na década de 1950.
  No Quarteirão Vila Imperial, além de ser construído o Palácio Imperial, foram vendidos ou doados lotes a membros da corte e  capitalistas do Império. Cercado pelos quarteirões coloniais, de onde provinha a mão de obra barata para as construções dos palacetes, sobrados e bangalôs da elite, chegavam também o leite, queijos, linguiças e hortaliças, produzidos e cultivados pelos colonos.
 Para ser ir da Corte a Minas Gerais subia-se, primeiramente, pela Estrada Normal da Estrela, não se passava pela Vila e prosseguia-se pela atual Estrada Mineira. Com a construção da Estrada União e Indústria, as carruagens e depois os autos, por ela passavam, vindo pela Vila Teresa e mais tarde, pelas Renânias, com a abertura da Estrada Rio-Petrópolis, em 1928 o que perdurou até a construção da Rodovia do Contorno de Petrópolis, em 1959. Também na vila se construiu a Estação da Estrada de Ferro, mais tarde Estação Rodoviária Imperatriz Leopoldina.
 O Quarteirão Vila Imperial foi palco das maiores manifestações políticas, esportivas e sociais da cidade. Centro comercial desde a fundação da Imperial Colônia de Petrópolis, nela se construiu os primeiros hotéis e teatros petropolitanos; os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário aí se encontravam, sendo também a região da maioria das agências bancárias, consultórios médicos e advocatícios.
 Aliás, a concentração da vida comercial petropolitana no Quarteirão Vila Imperial é, e sempre foi, o grande problema da cidade. Até centros atacadistas, como grandes armazéns, e mais tarde supermercados instalaram-se na Vila; por certa época, em quase toda a sua extensão. Ponto inicial dos transportes coletivos urbanos desde o século XIX, sem terminais próprios, e com estacionamento à margem das ruas e do passeio.
Todos esse fatores, tamanha concentração, fez com que, em meados do século XX se iniciasse uma corrida imobiliária desenfreada, pouco ou nada planejada pelo poder público. Antigos casarões foram progressivamente sendo derrubados para a construção de arranha-céus, na ânsia de ser “noviorque” da serra; o descendente de colono ou migrante bem sucedido, desde cedo, passou a almejar o Quarteirão Vila Imperial: vendia seus prazos, lotes ou o que fosse e mudava-se para os novos edifícios, deixando boa parte dos Quarteirões para o veranista construiu suas casas de campo e corretores inescrupulosos lotearem, legal ou ilegalmente.
 Foi no Quateirão Vila Imperial onde transitou o primeiro automóvel em Petrópolis. A primeira viagem de automóvel desde o antigo Distrito Federal (Rio de Janeiro) a Petrópolis foi realizada entre os dias 6 e 9 de março de 1908. O veículo, de marca Dietrich, aqui chegou conduzido pelo srs. Brás de Nova Friburgo, Gastão de Almeida e o chamado à época “machinista” Jean Chocolaty. Os “bravos” partiram do Rio de Janeiro na sexta-feira, 6 de março, às 13 horas, e a Petrópolis chegaram na segunda-feira, 9 de março, ao meio-dia, na Av. XV de Novembro (atual Rua do Imperador).
 O primeiro avião a sobrevoar a cidade fez evoluções sobre o Quarteirão Vila Imperial a 28 de maio de 1912, pilotado pelo aviador Frances Roland Garros (o mesmo homenageado pelo torneio francês de tênis), tornando conhecido o novo meio de transporte aos que não haviam se abalado, no mesmo dia, a uma excursão a Corrêas, onde o aviador italiano Ernesto Dariolo aterrissou e alçou vôo no antigo Prado (área ocupada hoje por um conjunto residencial e um depósito de refrigerantes). O primeiro helicóptero também sobrevoou o Quarteirao Vila Imperial  vindo do Rio de Janeiro, em 19 de novembro de 1947 e aterrissando no Quitandinha.
 A iluminação pública  no Quarteirão Vila Imperial surge a partir de 1856. Onze ano após a fundação da Colônia começam a ser instalados lampiões de azeite de baleia, malcheirosos, em postes de ferros pintados de preto. A partir de 1866 começa-se a falar sobre iluminação “mais moderna”, a gás, o que nunca saiu das intenções. Do lampião de azeite passou-se à iluminação elétrica: em 1896, através do contrato firmado (1894) entre a Câmara Municipal e o Banco Construtor do Brasil, que vai fornecer energia elétrica e água à cidade, instalam-se bicos de luz pelo centro da cidade. O contrato com o banco durou até 1939. Foram feitas melhorias na iluminação do Quarteirão Vila Imperial ainda nos anos de 1942, 1956, 1967 e 1992.
 Uma boa história ou lenda do Quarteirão Vila Imperial, contata por esotéricos ou mesmo por um tecnocrata amigo, está nas cruzes de Malta que se encontram nas pedras de meio-fio, aleatoriamente, pelas ruas que primeiro foram calçadas na Vila, ou seja, entre o final do século XIX e o inicio do século XX. Seriam marcar a indicar residências de Cavaleiros Templários? Ou a marca pessoal de algum canteiro lusitano, nacionalidade da maioria dos primeiros calceteiros petropolitanos? Seja qual for a origem, é interessante exercício procurar localizar essas cruzes nos meio-fios; indico um: em frente à porta central da Câmara Municipal, do outro lado da rua.

Álvaro Zanatta. 

Planta do Quarteirão Vila Imperial feita por Koeler em 1846

sábado, 9 de novembro de 2013

O PELOURINHO NA PRAÇA DA LIBERDADE

Petrópolis, como todas as cidades brasileiras no meado do século XIX, também possui seu pelourinho, a coluna de pedra ou madeira posta em local público, junto à qual se expunham e castigavam os criminosos.

O nosso pelourinho, de acordo com Walter Bretz, ficava na antiga praça dom Afonso, atual Rui Barbosa, porém é mais conhecida atualmente como “ Praça da Liberdade”, próximo a mansão Franklin Sampaio construída pelo Monsenhor Bacelar, aonde hoje tem o parquinho de diversão para crianças. O poste era de madeira com duas argolas de ferro as quais eram amarrados os condenados, em geral pobres escravos, a fim de sofrerem o castigo corporal imposto pela lei. Os criminosos seguiam para ali de mãos atadas e sobre forte escolta policial, percorrendo antes a pé, as principais ruas da cidade, no local de suplicio recebiam os açoites, que acreditavam serem regeneradores, sob as olhares horrorizados dos moradores da Colônia. E depois de supliciados voltavam se arrastando ou como podiam para a cadeia pública, no prédio do antigo Fórum.

Os gritos dos martirizados, perturbavam e horrorizaram os colonos que não eram acostumados com tamanha barbaridade, entre eles o Hees e os Glassow, que possuíam um comércio nas proximidades da praça.  

Fonte:
Jornal de Petrópolis, Edição de Natal, 24/12/1972


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CURIOSIDADES PETROPOLITANAS

  A 1ª notícia que se supõe haver do território de Petrópolis é a relata por Pedro Lopes de Souza, no Diário de Navegação da expedição de Martim Afonso de Souza, chegada no Rio de Janeiro em 30 de abril de 1531, no qual está escrito o seguinte: “Montanhas mui grandes”, existente nas proximidades do Rio de Janeiro e por ele escaladas a caminho das Minas.

 O 1° proprietário das terras do futuro “Córrego Seco” foi Bernardo Soares de Proença, datando de 11 de novembro de 1721 seu requerimento de concessão da sesmaria onde estavam elas localizadas.

·         Saturnino de Souza e Oliveira Coutinho, nascido no Córrego Seco em 29 de novembro de 1803, viria a ser o primeiro petropolitano ilustre.

·         Teve lugar em 3 de março de 1840, na fazenda do Itamarati, o 1° batizado evangélico luterana realizado na futura Petrópolis.

·         O inicio do aforamento dos Prazos de terra da Imperial Fazenda de Petrópolis, teve lugar a 1° de junho de 1847, tendo sido Honório Hermeto Carneiro Leão, o Marquês de Paraná, a quem coube o Prazo n° 2201 do Quarteirão Palatino Superior, o Foreiro n° 1.

·         O 1° verão passado em Petrópolis pela Família Imperial foi o de 1847-1848, quyando se hospedaram na Casa Grande da Fazenda do Córrego Seco.

·         O Hotel Bragança de propriedade do Dr. Thomas Chabonnier é inaugurado em 25 de novembro de 1848 foi o 1° hotel que existiu em Petrópolis.

·          Data de 8 de outubro de 1848 a criação da Agência do Correio de Petrópolis, da qual foi o 1° agente Antonio José Correia Lima que entrou em exercício em 9 de novembro do mesmo ano.

·         O Palácio Imperial foi habitado pela 1ª vez pela Família Imperial a 1° de  dezembro de 1849, quando o prédio ainda se estava inacabado.

·         O primeiro templo católico construído na Colônia foi a Capela provisória erguida à Rua da Imperatriz pela Super Intendência e entregue ao vigário Antonio Weber em 8 de outubro de 1848.

·         O 1º médico de Petrópolis foi o dr. Guilherme Boedecker, nomeado em 16 de julho de 1845 pela Imperial Fazenda de Petrópolis.

·         O terreno do 1° cemitério, sito local onde hoje se encontra a igreja do Sagrado Coração de Jesus, foi mandado benzer em 1° de agosto de 1845 pelo Bispo do Rio de Janeiro.

·         As duas escolas públicas primárias de Petrópolis, foram criadas a 26 de outubro de 1846, pelo Presidente da Província, Aurelino Coutinho, destinando-se uma a meninos e outra a meninas.

·         A cerimônia o casamento civil teve lugar pela 1ª vez em Petrópolis a 8 de junho de 1890, sendo nubentes Carlos Guilherme Alberto Eckhardt  e Ana Maria Esch.

·         A iluminação pública a querosene foi inaugurada em 20 de janeiro de 1873.

·         O telégrafo elétrico começou a funcionar entre Rio de Janeiro a 1° de agosto de 1857, sendo José Francisco de Matos o 1° encarregado da estação local.

·         A primeira corrida de cavalos realizada pelo Joquei Clube de Petrópolis teve lugar a 23 de agosto de 1857, no prado de Fragoso.

·         As primeiras eleições municipais foram realizadas em 22 de novembro de 1857, sendo porém anuladas. As válidas só tiveram lugar a 13 de março de 1859.

·         O Teatro Progresso Petropolitano, na rua do Imperador, foi o primeiro que existiu em Petrópolis, datando de 6 de dezembro de 1857 sua inauguração .

·         O 1° trecho da Estrada União e Indústria, compreendido entre Vila Tereza e Pedro do Rio, com extensão de 33 km foi inaugurado a 1° de agosto de 1858.

·         O Bacharel Antonio Moreira Tavares nomeado a 7 de outubro de 1851, foi o primeiro Juiz Municipal do Termo de Petrópolis.

·          O Colégio Kopke, inaugurado a 1° de janeiro de 1850 à rua Nassau ( atual Piabanha) foi o primeiro estabelecimento de ensino secundário de que existiu em Petrópolis.

·         A Irmandade do S.S. Sacramento da Freguesia de São Pedro de Alcântara, foi a primeira que existiu em Petrópolis, fundada em 31 de dezembro de 1853.

·         O primeiro trem da Companhia de Navegação a Vapor e a Estrada de Ferro de Petrópolis, o 1º do Brasil e da América do Sul, correu a 30 de abril de 1854 no trecho compreendido entre as localidades de Mauá e Fragoso.

·         O leilão do prédio e terreno no Hotel Suiço, levado a feito em 30 de abril de 1855, foi o primeiro realizado em Petrópolis.

·         A revolta contra a Diretoria da Colônia, Alexandre Manuel Albino de Carvalho, irrompida em 26 de março de 1865 por instigação do Pastor Wiedman, foi o 1° ato de insubordinação dos colonos de Petrópolis.

·         Foi em 13 de fevereiro de 1857 que começou a funcionar o Matadouro da Westiphália (atual Av. Barão do Rio Branco aonde hoje é o Colégio Liceu Carlos Chagas) deixando-se em conseqüência de abater gado na Praça dom Afonso ( hoje Praça da Liberdade).

·         O primeiro jornal editado foi “O MERCANTIL” de Bartolomeu Pereira Sodré, em  3 de março de 1857.

·         A 1ª Barreira Fiscal instalada em nossas estradas foi a do Alto da Serra, que começou a funcionar em 15 de janeiro de 1859.

·         O dr. Antonio Moreira  Tavares, empossado a 14 de janeiro de 1859 foi o 1° Delegado de Polícia de Petrópolis.

·         O primeiro templo luterano construído em nossa cidade foi da Rua Joinville (atual Av. Ipiranga) inaugurado em 24 de maio de 1863.

·         O dr. Julius Frederich Lippold foi o primeiro pastor evangélico luterano, datando de 1846 a sua nomeação.

·         A primeira fábrica de tecidos que funcionou em Petrópolis, foi de malha, de propriedade de Alfredo Gandi, inaugurada em 2 de dezembro de 1852.

·         O Fórum de Petrópolis foi instalado em 4 de agsoto de 1859, sendo os drs. José Caetano de Andrade Pinto e Julio Accioli de Brito, respectivamente os primeiros Juiz de Direito e Promotor Público.


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

RELAÇÃO DOS COLONOS E OS PRAZOS RECEBIDOS PARA DESENVOLVER A CIDADE

 O elemento germânico de Petrópolis está dividido em dois grupos: nos que vieram em 1837, pelo navio ”Justine”, em número de 235, e os que chegaram no ano de 1845, por 13 navios num total de 2.111.
 Os primeiros viajaram do Havre para a Austrália quando o comandante do “Justine” resolveu fazer escala no Rio de Janeiro devido a um motim de passageiros, revoltados com os maus tratos e privações de toda natureza.
 O engenheiro Julio Frederico Koeler, então incumbido da construção da estrada do Itamarati, logo providenciou a vinda desses elementos, a fim de aproveitá-los nas obras que realizava, demonstrando praticamente a superioridade do trabalho livre e a necessidade imperiosa da vinda de colonos para a Província do Rio de Janeiro.
 Os bons resultados obtidos com os 235, acidentalmente, vindos para os núcleos de povoação, que mais tarde dariam origem à Petrópolis, entusiasmaram os governantes da Província que celebrou um contrato para a vinda de colonos com a casa de Dunquerque, Charles & Cia.
 Em 13 de junho de 1845, aportava no Rio de Janeiro o navio “Virginie”, com 161. Seguiram-se mais 12 navios.
 Em 20 de Junho o “Marie”, com 169; em 21, o “Leopold”, com 225; em 24, o “Curiex”, com 210; em 26 o “Marie Luise”, com 217; a 11 de agosto, o “Jenue Leon”, com 170; em 26, o “George”, com 208; a 1° de Setembro, o “Mary Queen of Scott”, com 210; a 7, o “Daniel”, com 171, e o “Odin”, com 182; a 16 de Outubro, o “Pampa”, com 137; e finalmente, a 8 de Novembro, o “Fyen”, com 68.
 Desse total de 2.218, 75 faleceram anbtes de tomar destino, a maioria de febre tifóide; 106 seguiram para o Rio Grande do Sul; 26 permaneceram na Corte e os restantes 2.111 vieram para Petrópolis.
 Receberam eles um PRAZO, isto é, uma determinada superfície de terreno num dos Quarteirões, em geral de 5 a 10 mil braças quadradas, isento pelo artigo 24 das Instruções da Mordomia da Casa Imperial, do pagamento de jóia e de oito anos de foro anula a contar de 1-1-1846.
 Graças a essa particularidade, é que consultando os velhos papeis e escrituras da Superintendência da Imperial Fazenda e da Mordomia da Casa Imperial, pode-se organizar a lista que se segue dos colonos de Petrópolis, divididos em Quarteirões – os locais das suas residenciais – e indicando os números dos prazos que lhes pertenciam.
Saem assim da obscuridade em que tem permanecido os colonos de Petrópolis. Honra e glória a memória dos colonos de Petrópolis., fizeram a grandeza da nossa cidade.

VILA IMPERIAL 

André Loespch – 101
Teodoro Eppinghaus – 241
João Vogt – 100
Filipe Littig – 243
Jorge Arweiler – 102
Leonard Knuth – 253
Henrique Luis Jaeger – 181
Paulo Aweiller – 222
Frederico Eppeischeimer – 182
Werner Schumacker – 184
Maria Goeller – 225
João Linden – 56
Carlos Fernando Schmit – 243
Cristiano Hees – 221
André Brunner – 183
Maria Merhart – 269
Conrado Berr – 247
Pedro Eppinghaus – 242
João Wallenter – 187
Adolfo Knuth – 254
Filipe Dorr – 273
Martin Dupont – 223
Adão Rosenberg – 219
Margarida Wagner – 230
Guilherme Welter – 274
Henrique Pedro  Fung – 250
Joaquim Glasow – 220
João Adão Hammes – 236
Carlos Dorr – 252
Matias Kinesnchied – 276
João Kistermann – 51
Pedro Schmitz – 272
Isabel Einsfeld – 13
Catarina Schwarz – 272
Nicolau Engelmann – 251
Henrique David Heiderich – 57
Jacob Stum

QUARTEIRÃO MOSELA

Pedro Lochen – 813
Adão no “Diário de Navegação”  de Janz – 647
João Adão Joechen – 812
João Conrado  Pfeifer – 833
João Dupré   805
Nicolau Harres – 830
Frederico Hennmann – 844
Magnus Kling – 809
Pedro Andrés – 801
Felipe Martini – 815
Jacob Merker – 834
Carlos Weber – 814
João Jorge Tanein – 831
Guilherme Monken – 818
Matias Biehl – 803
Estevam Gehren – 808
Carlos Scherer – 806
Felipe Molter – 837
Henrique Pedro Molter – 810
Paulo Schitz – 824
João Pedro Flescher – 821
Frederico Carlos Stumm – 843
Matias Thees – 845
Susana Friederichs – 828
Filipe Blaten – 846
Felipe Eiffeler – 829
João Noel – 847
Jacob Pfeifer – 822
Daniel Dohn – 848 e 840
Francisco Mahler – 823
Pedro Lorang – 849
Frederico Carlos Licht – 825
Barbara Fecher – 850
Matias Heckmann – 827
João Pedro Mees – 841
Matias Klingel – 826
João Burger – 832
Magnus Heuper – 807
João Mosch – 836
João Frederico Wildberg – 817
Pedro Kronenberger – 835
João Pedro Wilbert – 816
Cristiano Kenper – 842
Francisco Blatt – 838
Nicolau Gorins – 802

QUARTEIRÃO NASSAU

Jacob Muenich – 616
Pedro José Kratz – 671
Guilherme Monken – 620
Guilherme Chancel 669
Jacob Monken – 620
Guilherme Moebus – 640
João Detal – 633
Cristovam Statner – 650
Jacob Brahm – 622
Filipe Erbes – 626
Jacob Berr – 653
Leonardo Schwelkart – 659
Paulo Iung – 655
João José Monken – 673
Guilherme Schanoel – 669
André Muenich – 634
JoÃO Jorge Gerhart – 645
Luis Petry – 666
Viúva Maria Catarina Evs – 625
Henrique Sutter – 667
Tomás José Idstein – 608
Jacob Schanoel – 668
João Wey – 631
João Fecher – 648
Pedro José Stuelpen – 632
João Adão Rippel – 669
José Nicolay – 607
Jacob Nicolay – 611
João José Wagner – 643
Filipe Wagner – 660
Carlos Henrique Meyer – 654
Isabel Hansen – 613
João Schunch – 602
Francisco X. Bumb – 602
André Simon – 629
Baltazar Statzner – 651



QUARTEIRÃO RENÂNIA – INFERIOR

Antonio Raetz – 1419
Jacob Wirsch – 1404
Miguel Sixel – 1403
Pedro Dahlem – 1403
João Christ – 1401
João Hehn – 1415
Nicolau Echternach – 1416
Jacob Tomas – 1420
Filipe Windehelsser – 1411
Adão Holtz – 1417
Jacob Latsch – 146
João Goettnauer – 1421
Ana Isabel Neumann – 1418-C
Miguel Ketzer – 1408
Guilherme Karl – 1409
Pedro Kraemer – 1407

QUARTEIRÃO FRANCÊS

João Jacob Wagner – 445
Eva Blatz – 417
Francisco Sieben – 413
André Zoebus – 432
João Boggis – 444
Jacob Nicolay II – 442
Pedro Antonio Nicolay – 441
João Pedro Bach – 419
Rinaldo Delvô – 418
Bernardo Orth – 405
João Esch – 420
Margarida Ebeling – 429
Valentim Scheid – 431

QUARTEIRÃO VILA- THEREZA

Pedro Stoffel – 2436
Martinho Michel – 2438
Frederico Guetz – 2434
Henrique Winter – 2446
Jacob Braum – 2423
Felipe Linck – 2447
Jorge Dihl 2410
João Jung – 2402
Pedro Klein – 2426
João Beck – 2424
Nicolau Benchel – 2430

QUARTEIRÃO SIMÉRIA

Pedro Hart – 2028
Felipe Kneip – 2001
José Sattler – 2026
João Kraus II – 2004
Antonio Stoffel – 2005
Jacob Joras I – 2027
João Adão Beuren – 2003
Aloisio Listerhein – 2011
Jacob Schaefer – 2012
Frederico Kemmer – 2013
Antonio Plat – 2014
João NicolaU Schmidt – 2007
Nicolau Eberts – 2010
Ana Maria Mahler – 2009
João Francisco Sauressig – 2019
Filipe Pedro Jung – 2024
João Weber – 2025
Antonio Kneip I – 2002

QUARTEIRÃO PRESIDÊNCIA

João Issac Blanchoud – 3405
Cristovan Klein – 3406
Nicolau Lucas – 3408
Luis Lucas – 3409
Margarida Woll – 3423
José Brandt II – 3419
João Pedro Auler – 3407
Guilherme Sindorf – 3401
Henrique Sindorf -  3402
Paulo Hehn – 3411
Nicolau Knibel – 3421
João Pedro Gregorius II – 3410
Pedro Goettnauer – 3413
Nicolau Rosembach – 3416
Adão Brandt – 3421
Miguel Sixel – 3414

QUARTEIRÃO RENÂNIA – SUPERIOR

Henrique Jacob Iung – 4208
Jacob Schorsch – 4205
Francisco Antonio Vones – 4204
Cristiano Wagner – 4210
Nicolau Rheingantz – 4203
JoÃO Nicolau Brandt – 4207
Henrique Maul – 4209 e 4212

QUARTEIRÃO WOERSTADT

Filipe Kopp – 3629 e 3638
Guilherme Zimmler – 3621
Francisco Blaeser – 3642
Filipe Henrique Faulhaber – 3601
Filipe Reisinger – 3643
João Stumpf – 3644
Pedro Kalkul – 3639
João Jung - 3639
Jacob Waldheim – 3626
Henrique Baurmann – 3628
Pedro Emmel – 3627
Jorge Sixel – 3606
Margarida Lhr – 3602
Jacob Reuter – 3607
João José Theiss – 3613
Jacob Meurer 3610
Christiano Vogel – 3645
Matia Hillen – 3612
Filipe Pihler – 3605
Jorge Haubrich – 3611
Pedro Joras – 3609
Henrique Starck – 3604
Jacob Derscheidt – 3603

QUARTEIRÃO DARMSTADT

Catarina Blaeser 3822
Francisco Antonio Ruhl – 3835
Cristovam Capallo 3916
Guilherme Bonaker 3813
João Justen – 3814
Pedro Jacbs 3815
Henrique Kerger 3823
Ana Nender 3832
João Bechtluff 3817
João Schweikart – 3801
Antonio Vogel – 3805
João Mever II – 3826
Nicolau Stratler – 3831
Francisco Bender – 3834
Frederico Winter – 3811
João Pedro Renzler – 3830
Jacob Haubrich – 3824
Henrique Blaeser – 3821
Pedro Blaeser – 3820
Matias Justen – 3819
Pedro Schimmels – 3803
Jacob Troyack – 3833

QUARTEIRÃO WESTPHÁLITA

João Wiechers 4018
Guilhemer Luebe – 4007
Valentim Nichtern – 4009
Matias Nichtern – 4010
Carlos Frederico Willing – 4011
João Zacker – 4013
Pedro Meiwurm – 4022
Guilherme Nicolay – 4026
Francisco Happe – 4031
Augusto Moebus – 4020
João Frederico Werker – 4025
Pedro Werkhauser – 4023
Eva Geoffroy – 4027
Pedro Kurtenbach – 4024
João Balter – 4008
João Guilherme Schmidt – 4021
George Pedro Werner – 3028
João Pedro Weinem – 4014
Teodoro Ninhaus 4019
Valentim Scheid – 4001

QUARTEIRÃO BRASILEIRO

Maximiniano José Gudehus – 3029
Henrique Kremer – 3030
QUARTEIRÃO SUÍÇO
Adão Mussel – 3229
Filipe Schuessier – 3203
João Joste – 3216
Matias Theissen – 3209
Margarida Bergmann – 3219
Francisco Augusto Hartz – 3223
Jorge Cristiano Weppler II -3218
Gaspar Bergmann – 3204
Filipe Kallenbach – 3221

QUARTEIRÃO RENÂNIA CENTRAL

Lourenço Hammes – 1818
João Wollpert – 1828
Antonio Plenz – 1829
Nicolau Flesch – 1830
Felipe Castor – 1802
João Pedro Guinster – 1805
Felipe Hillen – 1823
Carlos Kober – 1806
Antonio Retzmann – 1803
Adão Lauterbach – 1822 e 1821
Cristovão Blum – 1820
João Pedro Bauer – 1824
Francisco Kind – 1819
Felipe Litteger – 1813
Pedro Teodoro Forster – 1817
Henrique Pedro Kramm – 1812
Miguel Plantz – 1809
Jacob Burger – 1811
João Pedro Carl – 1816
Jacob Malmann – 1808
João Pedro Hammes – 1810

QUARTEIRÃO PALATINO SUPERIOR

Pedro Gerhard 2634
Pedro Jacoby – 2648
Conrado Grotz – 2609
João Cristovam Krebs – 2610
Pedro Matias Hinkel – 2607
Pedro Essbeschied – 2603
Martinho Maul – 2601
João Hamem I – 2647
João Korndoerfer – 2602
João Gross – 2608
João Schowabeland – 2646
Lourenço Theiss – 2643
Filipe Dietz – 2604
Henrique Reith – 2606
João Surrerus – 2605
Filipe Ohiweiller – 2649
Filipe Gerhard Heek – 2215
Leonardo Franz – 2641
Margarida Franz – 2642
Antonio Rickes – 2649-A
João Kopp – 2624
Miguel Weitzel – 2645

QUARTEIRÃO CASTELÂNEA

Nicolau Gall – 1618
Pedro Weckmuller – 1644
Antonio Keipp II – 1601
Antonio Kloh – 1616
Pedro Capaum – 1648
Jacob Miller – 1644
Pedro Wagner – 1603
João Guttmann – 1646
Catarina Adams – 1608
Francisco Holz – 1602
Nicolau Klaes – 1615
Henrique Pedro Holz – 1626
Nicolau Guetz – 1613
João Pedro Bauer – 1645
Andreas Schweigart – 1604
Jacob Suess – 1628
Pedro Roux – 1638
Pedro Hansen – 1630
Nicolau Theobald I – 1634
Filipe Lawersweiller – 1627
Nicolau Theobald II – 1635
Nicolau Claude – 1631
Pedro Theobald – 1636
Adão Hoffmann – 1612
Jacob Roux – 1637
Jorge Killig – 1650
José Karl – 1629
Baltazar Becker – 1609
Miguel Reitz – 1647
Jacob Eberhard – 1625
Pedro Tesch – 1614
Elizabeth Weber – 1606
Cristovam Hillgert – 1621
Matias Gehl – 1605
Antonio Therness – 1622
Adão Bauer – 1643
Nicolau Weyrich – 1641
João Naisins – 1624
Cristovam Holz – 1615
Adão Miguel Moebus – 1640

QUARTEIRÃO INGELHEIM

André Justen – 1003
Jacob Mundstein – 1011
Jacb Steinborn – 1004
Cristovam Cochens – 1025
Pedro Hartmann – 1036
Frederico Delbert – 1002
Pedro Loepsch – 1038
João Pedro Justen – 1039
Adão Graefr – 1030
Melchior Mahler – 1015
Miguel Kraemer – 1041
João Reiss – 1012
Catarina e Pedro Reisinger – 1047
João Jenz – 1014
Isabel Schweigartz – 1013
Antonio Reisinger – 1016
Jorge Richter – 1018
João Loos – 1001
Antonio Meurer – 1010
João Locker – 1028
João Pedro Henrichs – 1037
Pedro José Simon – 1006
João Kort – 1007
Valentim Sperl – 1021
Nicolau Roserbach – 1009
João Pedro Henrichs – 1022
João Schneuder – 1023
Jo~çao Wey – 1032
Pedro Willens – 1005
José Wendling – 1035
João Sauer – 1023
Jorge Haubrich – 1040

QUARTEIRÃO PALATINO INFERIOR

João Cristiano Webler – 2213
Paulo Flies – 2212
Conrado Klippel – 2220
Frederico Pedro Essingel – 2228
Conrado Vogt – 2230
Cristiano Kreis – 2214
Jorge Henrique Raeder – 2209
Jacob Kappler – 2208
José Knecht – 2210
João André Georg – 2231
João Moellig – 2218
Catarina Kraus – 2232
Felipe Stumpf – 2229

QUARTEIRÃO BINGEN

André Schweikart – 1201
Bernardo Waldheim – 1202
Jacob Frederico Zerban – 1208
Guilherme Filip – 1217
Ana Maria Schweikart – 1234
Cristovam Capallo – 1203
Paulo Rheisnfeld – 1237
Susana Boller – 1239
Bernardo Pitzer – 1238
Jacob Straub I – 1204
Henrique Hoffmann – 1205
João Kreischer – 1227
João Konflantz – 1209
Adão Eckardt – 1242
Pedro Theobald – 1236
Andreas Alfeid – 1233
Miguel Bender – 1241
Guilherme Wolff – 1240
Paulo Stumpf – 1231
Cristiano Exel – 1232
José Jahn – 1222
Carlos Straub – 1214
Antonio Schweikert – 1226
Jacob Beck – 1211
João Straub II – 1212
João Schmidt – 1218

Pedro José Kloh - 1219

Fonte:
Companhia Imobíliária de Petrópolis.



Planta desenhada por Otto Reimarus em 1856 com todos os prazos numerados.


terça-feira, 29 de outubro de 2013

O ÚLTIMO DIA DE MAIO NO TEMPO DO IMPÉRIO

José Kopke Froés

Em Petrópolis no tempo do Império, 31 de Maio foi sempre um dia festivo: realizava-se com grande pompa, na antiga Igreja Matriz; o encerramento das solenidades religiosas que durante todo o mês era celebradas em adoração à Santíssima Virgem Maria, com o comparecimento quase diário da Família Imperial, e sobretudo da Princesa Isabel, que não faltava nunca.
 Nem mesmo no dia 13 de Maio de 1888, quando Princesa Regente, deixou Sua Alteza de fazer suas orações durante a ladainha da Matriz petropolitana, embora tivesse chagado da Corte pouco antes, onde promulgara a Lei de libertação dos escravos. Ao terminar a cerimônia religiosa, naquele mesmo 13 de Maio, repetiram-se as vibrantes manifestações populares de que tinha sido alvo por ocasião da sua chegada à estação de Petrópolis.
 A pesar do frio intenso, muito mais rigoroso que o de hoje, os Imperadores deixavam-se ficar em  nossa cidade durante quase todo mês de Maio, mesmo nos últimos de governo, quando em idade avançada, unicamente para prestigiar sua querida filha na organização das referidas solenidades religiosas, até o ultimo dia, no qual era realizada, a coroação de Nossa Senhora.
 Nos dois ou três primeiros dias de Junho, os Imperadores regressavam à Capital do Império, e suas ausências aqui, se bem que certas, eram muito sentidas pela população. Todos os anos, dom Pedro II, não partia sem visitar a Escola do Amparo, o Hospital Santa Tereza, diversas escolas públicas e colégios particulares, onde deixava palavras de conforto e de estimulo, distribuindo também valiosos donativos.
 Muito antes de anoitecer, os jardins das praças públicas próximas à Igreja Matriz estavam repletas de pessoas de todas as classes sociais, aguardando a abertura do templo para conseguir bons lugares, de onde pudessem assistir a empolgante solenidade do encerramento do mês de Maria. Eram moradores dos bairros mais distantes, de todos os extremos da cidade, operários, colonos alemães e seus descendentes, quase todos católicos fervorosos, que faziam a pé longas caminhadas para prestigiar a religião e a Princesa Isabel.
 As mais distintas damas da Côrte, na execução de belas ladainhas, tomando a si o encargo da ornamentação da Igreja, em cujo altar, ricamente enfeitado com camélias brancas, a imagem da Virgem Maria aguardava a colocação, em sua cabeça, da coroa levada por lindos anjos, representados por meninas das famílias ilustres.
 O povo enchia completamente todas as dependências da pequena Matriz. Na maior parte das vezes os homens ficavam do lado de fora, cedendo num gesto de cavalheirismo, os lugares do interior às senhoras e crianças. A cerimônia, bastante longa, era assistida com todo interesse, respeito e devoção até o final, quando o povo abria alas à passagem de SS.MM. Imperiais, num tom de despedida, porque, como acima dissemos, dias depois partiam para o Rio de Janeiro.
 Valiosos presentes recebia no mês de Maio a nossa principal Igreja: eram ricos e belos tapetes, custosas peças de renda e bordados, imagens e muitos outros. Os melhores pregadores da época, pertencentes ao clero, vinham a Petrópolis prestar o seu concurso na propagação da fé católica.



Texto publicado na Tribuna de Petrópolis em 31 de Maio de 1944.


A Matriz Velha, inaugurada em 1848, vista dos jardins do Palácio Imperial (Museu Imperial), foto de 1860