terça-feira, 30 de abril de 2013

NOTÍCIAS NOS JORNAIS DE PETRÓPOLIS SOBRE MACUMBAS NA CIDADE NA DÉCADA DE 1930


Jornal de Cascatinha
Domingo, 30 de novembro de 1930
ANO IV – NUMERO 176
página 2

MACUMBAS

 Na dilligencia effectuada em 11 do corrente, pela policia de Petrópolis, à rua Paulino Áfono, foi prezo Ramiro Ramos, como autor de “macumbas” e com elle trazidos á séde  da Região Policial os seguintes objectos:
 Uma caveira com um lenço encarnado amarrado, uma caçarolla de barro, uma panella de barro com pedaços de vela e varios bilhetes, um vidro de remédio, um punhal que foi encontrado enterrado, um molho de hervas medicinaes, pó de sapats, etc...
 Segundo apuramos na policia a caveira pertence aos despojos de um parente de distinta família petropolitana.
 O sapo encontrado com a bocca cosida, no Cemitério Municipal, foi obra dessa macumba.
 Um bilhete dizia assim:
 “Pai José, mando-lhe falar que o homem veio do Rio e tomou 2 banhos, um no dia que veiu e outro hontem. Está insupportável de se aturas e está tomando o remédio como o sr. Mandou e peço que o sr. me diga eu vou fazer doente.
João Borba”
 Um cartão de visitas de Frederico Mesquita, Cartographo 1º Distrito Artilharia da Costa – lia-se isso:
 “Vou jantar no Falcone e volto”.
 Diziam os autores da dilligencia policial que nos fundos da casa havia um Bode enterrado.

EM CASCATINHA TAMBÉM

 Quem teria feito? – Ninguém sabe. A verdade porém é que foi encontrado na subida para o Morro da Bôa Vista, na Estrada da Saudade, uma vela acesa ao lado de um frango assado, as 10hs da noite de quinta-feira. Arthur Viera e Arthur Pazeto ao passar por ali aquella hora da noite, viram esse “despacho”, tendo o primeiro dado um pontapé no tal trabalho, que se pressume tivesse sido feito naquelle momento.
 Policia, onde estaes que não respondes?...


Jornal de Cascatinha
Domingo, 2 de agosto de 1931
ANO IV – NUMERO 211
página 2

AS MACUMBAS

RECEBEMOS:

 “Ilmo. Snr. Redator do Jornal de Cascatinha.”
 Saudações.
 Leitor assíduo de vosso jornal, peço-vos por isso auxiliar-me na extirpação de mais uma nova calamidade que está assolando a nossa linda Petrópolis, e principalmente Cascatinha.
 Trata-se aqui dos “charlatões” de baixo e falso esperitismos ou seja: a “macumba” com todos os seus horrores praticada impunemente e com prejuízo e não pequeno para a sociedade. Sendo eu um operário da fabrica de tecido e chefe de família, sinto –me na obrigação de recorrer a vós para que seja repremida tão degradante, quanto atrazada pratica.
 Pessôas com pouca experiência, aliás como venho observando, deixam-se levar por outras já inciadas em tão errada doutrina, arrastando assim famílias inteiras que sujeitam a batuques e dansar durante toda noite, com acompanhamento de cantos bizarros e sem nexo – enfim, passam-se coisas inacreditáveis em tais casas.
 Segundo o tal chefe, para desenvolver um médium, agarram uma moça (ingênua, vá se dizendo!) pelos braços e sacodem-na até roxear-lhes os braços e isto é para desenvolver... e outras babuzeiras mais.
 Logares da Macumba:
 Picada da Saudade, Beco no Aterro Alto, Samambaia, Quarteirão Suisso em Petrópolis.
 A direcção cem deste ultimo bairro citado – uns mulatos que bancam o “Pai de Santo”.
 Peço vos auxiliar-me e bem assim à moral da família operaria de Cascatinha.
 Vosso assíduo leitor, F.K.Y”


Tribuna de Petrópolis
Quarta-feira, 20 de maio de 1931
ANO XXIX  Nº 116
1ª página

A POLICIA VAREJOU UMA “MACUMBA”

 Hontem, entre as 21 e 22 horas, a policia varejou uma “macumba” na Provisória, que se achava em plena sessão.
 Não podendo escapar, a turma toda, em numero de 22 pessoas, foi embarcada num autocaminhão, transformada em “viúva alegre” e conduzida á delegacia.
 Pouco tempo ali, estiveram, mandando-os embora o sr. subdelegado. É que os macumbeiros apresentaram documentos que lhes permitiram o funcionamento!!!

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