COM 144 ANNOS...
UM RECORD DE LONGEVIDADE OU
ESQUECEU-SE DE MORRER.
Lourença Maria Luzia, filha de
africanos, natural de Crato, no Ceará, de onde sahiu com 25 anos, comprada pelo
fazendeiro Manoel Marques de Oliveira, falecido, proprietário da fazenda do
Córrego Bonito, onde ainda trabalhava apesar dos 90 annos, quando foi abolida a
escravidão.
Viuva há 40 annos, nunca teve filhos,
vive completamente só, cozinha, lava e coze para si, vae no matto buscar lenha
subindo enorme serra, enxerga perfeitamente, faz sabão para lavar sua roupa e
azeite para alumiar sua casinha, anda duas léguas a pé, sem se cansar, matem
longa palestra, espírito verdadeiramente folgazão.
Faz lavoura para seu sustento gosta
muito de presentes a pessoa que mais estima é seu padrinho (na realidade um bom
homem), carrega duas arrobas na cabeça, mora no Cedro, além um pouco de Pedro
do Rio, pelo lado da Linha Ferrea, em terras do sr. Adelino Saldanha que com o
seu padrinho auxiliam-na no seus momentos de apertura...
O que mais desejava era mandar seu
retrato aos parentes, mas acha que já são mortos todos.
A photografia que ahi publicamos ao
lado do seu “chateau”, devemos ao jovem Azize Nâme e a reportagem ao nosso
esforçado correspondente em Areal, Oromar de Jesus Gamboa, com os quase
emprhedemos, na segunda-feira uma viagem de automóvel “Mossoró III”, através de
atalhos.
Na realidade Lourença Marisa Luzia
esqueceu-se de morrer e segunda Ella mesma, espera ver muita gente “moça” “embarcar
primeiro...
FALLECEU A VELHA LOURENÇA MARIA LUZIA
Com mais de 144 annos.
Os nossos leitores devem estar
lembrados da reportagem que fizemos em Outubro do anno passado sobre a existência
de uma centenariana, em Areal, às margens do logar denominado Morro do Cedro. Pois
agora nos vem a noticia, pelo telephone, de que, no dia 25, há 14 dias,
falleceu a velha Lourença Maria Luzia, com mais de 144 annos de edade, segundo
apuramos naquella data.
A vellha centenariana não deixa
parente algum e a sua morte, que foi recebida com certo pesar do povo de Areal,
foi quasi que repentina.
Fonte:
1ª reportagem: Jornal de Cascatinha –
Domingo, 14 de Outubro de 1934
2ª reportagem: Jornal de Cascatinha –
Domingo, 9 de Junho de 1935.
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