quinta-feira, 15 de março de 2018

A FUNDAÇÃO DE PETRÓPOLIS


Dom Pedro II tinha apenas 9 anos quando herdou a Fazenda do Córrego Seco e teve uma grande surpresa. Para garantir o trono em Portugal, seu pai havia contraído muitas dívidas e até as terras do Córrego Seco estavam arrendadas e empenhadas a credores europeus. Ele ia perder tudo. Para evitar que as terras fossem parar em mãos estrangeiras. Por iniciativa do Marquês de Paraná, Honório Hermeto Carneiro Leão, o governo foi autorizado a destinar uma verba para pagar os credores e liberar a fazenda que foi doada ao jovem imperador como presente da nação brasileira, por ocasião da sua maioridade, que foi declarada quando ele tinha apenas 16 anos.
 Como presente não se toma, quando foi proclamada a república em 1889, as terras do Córrego Seco e demais fazendas anexadas continuaram como propriedade particular de dom Pedro II e depois de seus herdeiros, como acontece até os dias de hoje.
 Dom Pedro II, ao contrário de seu pai, tinha ideias mais modéstias para a Fazenda. Pretendia ter apenas uma casa para assim aproveitar o clima serrano. O imperador era uma pessoa controlada com seus gastos e já que que se tratava de uma propriedade particular, quis usar seus próprio dinheiro para a construção. No entanto, o Mordomo da Casa Imperial, Paulo Barbosa da Silva, pensou em plano grandioso para as terras de “Serra Acima”.
 Paulo Barbosa, pensou em palácio cercado por jardins e ao seu entorno, uma povoação, assim a casa de veraneio não ficaria isolada no meio das montanhas deixando a Família Imperial vulnerável a ataques a sua segurança. Tudo foi planejado: o Palácio, a estrebaria, uma casa para empregados e hóspedes, cozinhas, casa de banho, e fora da área palaciana, local para um cemitério, para uma igreja, lojas comerciais e de artesanato. As pessoas que tinham interesse em construir casas ou se estabelecer na região seriam chamadas de foreiras à fazenda, ou seja, tinham o direito de usar os terrenos conforme o planejado, mas não seriam donos da terra que continuaria a ser propriedade da Família Imperial, como é até hoje.
 Apresentado e aprovado o projeto, dom Pedro II, mandou redigir o decreto número 155 de 16 de março de 1843, registrado nos Registros da Mordomia.
 Assim nasceu Petrópolis, imaginada por Paulo Barbosa e carinhosamente chamada por ele de “Minha filha Petrópolis”.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ABAD, Vera. Petrópolis, Cidade Imperial. Editoria Prazerdeler, 2009.

 Apresentação do projeto de Petrópolis, a dom Pedro II pelo Major Julio Frederico Koeler e o Mordomo Paulo Barbosa da Silva. ACERVO MUSEU IMPERIAL

2 comentários:

  1. Olá Frederico! Parabens pelo trabalho!!! Tenho uma pergunta a você... Sou descendente dos Geoffroy (prazo n.4027, no Quarteirão Westfalia), e gostaria muito de saber quantos dos Geoffroy vieram para o Brasil, e quantos ficaram na Alemanha.. Eu sei que eles vieram em 5 pessoas (tiveram a gratificação de $25.000 réis total, sendo que eram $5.000 por pessoa na família)... Tenho confirmação que eles tiveram 6 filhos na Alemanha, mas que só trouxeram 3 deles - meu tataravô (o mais velho), e mais 2.
    Vc sabe se eles registravam os nomes de todos, ou só do "chefe" da família?

    ResponderExcluir