Dom Pedro II tinha apenas 9 anos
quando herdou a Fazenda do Córrego Seco e teve uma grande surpresa. Para garantir
o trono em Portugal, seu pai havia contraído muitas dívidas e até as terras do
Córrego Seco estavam arrendadas e empenhadas a credores europeus. Ele ia perder
tudo. Para evitar que as terras fossem parar em mãos estrangeiras. Por iniciativa
do Marquês de Paraná, Honório Hermeto Carneiro Leão, o governo foi autorizado a
destinar uma verba para pagar os credores e liberar a fazenda que foi doada ao
jovem imperador como presente da nação brasileira, por ocasião da sua
maioridade, que foi declarada quando ele tinha apenas 16 anos.
Como presente não se toma, quando foi
proclamada a república em 1889, as terras do Córrego Seco e demais fazendas
anexadas continuaram como propriedade particular de dom Pedro II e depois de
seus herdeiros, como acontece até os dias de hoje.
Dom Pedro II, ao contrário de seu pai, tinha
ideias mais modéstias para a Fazenda. Pretendia ter apenas uma casa para assim
aproveitar o clima serrano. O imperador era uma pessoa controlada com seus
gastos e já que que se tratava de uma propriedade particular, quis usar seus
próprio dinheiro para a construção. No entanto, o Mordomo da Casa Imperial,
Paulo Barbosa da Silva, pensou em plano grandioso para as terras de “Serra Acima”.
Paulo Barbosa, pensou em palácio cercado por
jardins e ao seu entorno, uma povoação, assim a casa de veraneio não ficaria
isolada no meio das montanhas deixando a Família Imperial vulnerável a ataques
a sua segurança. Tudo foi planejado: o Palácio, a estrebaria, uma casa para
empregados e hóspedes, cozinhas, casa de banho, e fora da área palaciana, local
para um cemitério, para uma igreja, lojas comerciais e de artesanato. As pessoas
que tinham interesse em construir casas ou se estabelecer na região seriam
chamadas de foreiras à fazenda, ou seja, tinham o direito de usar os terrenos
conforme o planejado, mas não seriam donos da terra que continuaria a ser
propriedade da Família Imperial, como é até hoje.
Apresentado e aprovado o projeto, dom Pedro
II, mandou redigir o decreto número 155 de 16 de março de 1843, registrado nos
Registros da Mordomia.
Assim nasceu Petrópolis, imaginada por Paulo
Barbosa e carinhosamente chamada por ele de “Minha filha Petrópolis”.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ABAD, Vera. Petrópolis, Cidade Imperial.
Editoria Prazerdeler, 2009.
Apresentação do projeto de Petrópolis, a dom Pedro II pelo Major Julio Frederico Koeler e o Mordomo Paulo Barbosa da Silva. ACERVO MUSEU IMPERIAL